segunda-feira, 30 de maio de 2011

BOCHA


é um esporte jogado entre duas pessoas ou duas equipes, sendo quatro bochas (bolas) para cada equipe, ou seja duas para cada jogador.

O esporte consiste em lançar bochas (bolas) e situá-las o mais perto possível de um bolim (bola pequena), previamente lançado. O adversário por sua vez, tentará situar as suas bolas mais perto ainda do bolim, ou "remover" as bolas dos seus oponentes. O comprimento da cancha-padrão (sintética) é 24,0 metros. A maioria de pessoas que pratica o esporte é composta de idosos, mas o quadro vem mudando nos últimos anos com a adesão de jovens ao esporte.

A origem da bocha (conforme alguns historiadores) remonta a um jogo praticado no Antigo Egito e na Antiga Grécia, em que se usavam objetos de formatos esféricos - pedras redondas.

História

Para Roger Nelson Steiger, no livro: "O emocionante espetacular esporte da bocha", parece entretanto não haver dúvidas que o jogo de bocha é de origem italiana e de que seu surgimento se deu no tempo do Império Romano, quando era praticado com o nome de "boccie", sendo durante a expansão do Império levado pelos exércitos de ocupação a todos os povos por eles dominados.

Segundo o autor, já em 1500, o boccie era praticado na França, Itália, Espanha, Portugal, Inglaterra, tendo sofrido daquele tempo até hoje várias transformações e agora é visto como um esporte de considerável prestígio internacional.

Os latinos o propagaram profundamente durante a Idade Média, sendo o mesmo tão popular que é praticado nas praças públicas e nas ruas, a tal ponto que Carlos IV em 1319, e também Carlos V e mais tarde o Patriarca de Veneza, em 1576, foram obrigados a proibir a sua prática.

Bocha no Brasil

Esta prática foi trazida para a América pelos imigrantes italianos, primeiro para a Argentina e mais tarde para outros países. Os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, que receberam grandes concentrações de imigrantes vindos da Itália, foram responsáveis pelo início do esporte no Brasil, que posteriormente se espalhou por Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.

Este esporte vem sendo praticado em clubes, centros comunitários, empresas, sindicatos, paróquias, praças, praias e CTGs.

O Brasil se fez representar em diversos campeonatos Sul americanos, a partir de 1951. O primeiro Campeonato Brasileiro de Bocha foi realizado em 1964, na cidade de São Paulo, com a participação do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, sagrando-se vencedora a equipe do Rio Grande do Sul. Em 1987, na cidade de São Caetano do Sul, em São Paulo realizou-se o 1º Campeonato Brasileiro Feminino de Bocha. O primeiro Campeonato Sul Americano de Bocha foi realizado na cidade de Buenos Aires, Argentina, no ano de 1994. No ano de 2006 o Brasil conquistou seu primeiro Campeonato Mundial de Bocha, realizado na cidade de Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul, numa vitória contra a equipe da Itália. Integrou a equipe campeã brasileira Rubens Barrichelo, o avô do piloto de Fórmula 1, Rubinho Barrichello.

Um dos maiores jogadores de bocha no Brasil é José Mazzer, mais conhecido como Zé do Salto. Reside atualmente na cidade de Salto (São Paulo) e possui no currículo, dentre muitos outros, 5 títulos dos Jogos Abertos do Interior (sendo o último deles conquistado dia 11 de novembro de 2010 em Santos pela equipe de São Caetano do Sul) e 10 Campeonatos Brasileiros. Zé do Salto é chamado de Pelé da Bocha, devido aos seus feitos no esporte.

Organização

A bocha, atualmente, é um esporte organizado em todos os níveis, jovens, mulheres, adultos e veteranos.

Existe a Confederação Mundial de Bocha e na América Latina existe a Confederação Sul-Americana de Bocha. No Brasil foi reconhecido como esporte em 1943, no entanto só ocorreu sua filiação a Confederação Sul americana em 1950. A Confederação Brasileira de Bocha tem como filiadas a Federação de Bocha do Paraná, Federação Paulista de Bocha, Federação Bochófila do Estado do Rio de Janeiro, Federação Rio Grandense de Bocha, Federação Brasiliense de Bocha, Federação Catarinense de Bocha, Federação Espiritossantense de Bocha, Federação Matogrossense de Bocha, Federação Mato Grosso do Sul de Bocha e Federação Mineira Bochófila.

Os clubes são filiados em sua maioria em ligas municipais e regionais. Federações nos estados filiadas à Confederação, que é filiada à Federação Sul-Americana de Bocha.

Em 1944, em Buenos Aires, foi realizado o primeiro Campeonato Sul-Americano de Bocha, mas o Brasil só foi representado no ano de 1957. O primeiro Campeonato Mundial de Bocha foi em 1951.

À partir da década de 1960 a bocha firmou-se no País, com a evolução técnica de nossos atletas e a conquista de novos adeptos, em 1966 as mulheres iniciaram sua participação.

Hoje os jovens são em grande maioria os que disputam os campeonatos estadias e nacional, tanto feminino como masculino. Apesar do velho conceito de que a bocha é "esporte para idosos", a bocha é praticada por pessoas de todas as idades. É possível encontrar atletas vivendo do esporte da bocha. Nos clubes ainda encontramos canchas naturais, no entanto os Campeonatos Estaduais são realizados em canchas sintéticas.

Altamente difundido, o Jogo de Bocha atualmente vem sendo jogado em seis categorias diferentes: Categoria “A”; Categoria “B”; Veteranos; Juvenis; Feminino, e Duplas ou Trios Mistos.

Regras

Este jogo consiste em arremessar, desportivamente, bochas (bolas) de madeira ou de resina sintética, sobre uma cancha de terra batida, saibro ou sintética.

Numa disputa, entre duas pessoas, visa-se o lugar mais próximo ao "bolim" (pequena bocha), concorrido com arremessos de 4 bochas cada jogador e a posterior contagem dos pontos.

Inicia-se a jogada com o arremesso do bolim pelo jogador que logrou mais pontos na partida anterior. Cabe-lhe, igualmente, o direito de arremessar a primeira bocha. Quando um está no "ponto" (mais próximo do bolim), faz com que seu adversário jogue suas bochas até conseguir o ponto para si, ou seja, lugar mais próximo ao bolim.

Antigamente eram permitidas as "lagarteadas", isto é, arremessar a bocha com força rolando em vez de arremessa-la pelo ar. Atualmente as regras determinam distâncias específicas para as áreas a serem atingidas pelos bochaços. O "bochaço" é dado quando em sua vez de jogar ele interpreta que não há outra maneira de ficar mais próximo ao bolim que seu adversário.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

As principais tendências pedagógicas da Educação Física escolar a partir da década de 80


Suraya Cristina Darido

Em oposição à vertente mais tecnicista, esportivista e biologista surgem novos movimentos na Educação Física escolar a partir, especialmente, do final da década de 70, inspirados no novo momento histórico social porque passou o país, a Educação de uma maneira geral e a Educação Física especificamente.

Atualmente coexistem na área da Educação Física várias concepções, todas elas tendo em comum a tentativa de romper com o modelo mecanicista, fruto de uma etapa recente da Educação Física. São elas; abordagem desenvolvimentista, interacionista-construtivista, crítico-superadora e sistêmica. Estas são, provavelmente, as mais representativas e as que me estão mais próximas, embora outras abordagens transitem pelos meios acadêmicos e profissionais, como por exemplo a psicomotricidade proposta por Le Bouch (1983), a Educação Física fenomenológica proposta por Moreira (1991) e a Educação Física cultural proposta por Daólio (1995).

ABORDAGEM DESENVOLVIMENTISTA

O modelo desenvolvimentista é explicitado, no Brasil, principalmente nos trabalhos de Tani et alii (1988) e Manoel (1994). A obra mais representativa desta abordagem é "Educação Física Escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista (Tani et alii, 1988). Vários autores são citados no trabalho exposto, mas dois parecem ser fundamentais; D. Gallahue e J. Connoly. Para Tani et alii (1988) a proposta explicitada por eles é uma abordagem dentre várias possíveis, é dirigida especificamente para crianças de quatro a quartoze anos, e busca nos processos de aprendizagem e desenvolvimento uma fundamentação para a Educação Física escolar. Segundo eles é uma tentativa de caracterizar a progressão normal do crescimento físico, do desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo-social, na aprendizagem motora e, em função destas características, sugerir aspectos ou elementos relevantes para a estruturação da Educação Física Escolar (p.2).

Os autores desta abordagem defendem a idéia de que o movimento é o principal meio e fim da Educação Física, propugnando a especificidade do seu objeto. Sua função não é desenvolver capacidades que auxiliem a alfabetização e o pensamento lógico-matemático, embora tal possa ocorrer como um subproduto da prática motora.

É, também, feita a ressalva de que a separação aprendizagem do movimento e aprendizagem através do movimento é apenas possível a nível do conceito e não do fenômeno, porque a melhor capacidade de controlar o movimento facilita a exploração de si mesmo e, ao mesmo tempo, contribui para um melhor controle e aplicação do movimento.

Habilidade motora é um dos dos conceitos mais importantes dentro desta abordagem, pois é através dela que os seres humanos se adaptam aos problemas do cotidiano, resolvendo problemas motores. Grande parte do modelo conceitual desta abordagem relaciona-se com o conceito de habilidade motora. Para a abordagem desenvolvimentista, a Educação Física deve proporcionar ao aluno condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido através da interação entre o aumento da diversificação e a complexidade dos movimentos. Assim, o principal objetivo da Educação Física é oferecer experiências de movimento adequadas ao seu nível de crescimento e desenvolvimento, a fim de que a aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada. A criança deve aprender a se movimentar para adaptar-se as demandas e exigências do cotidiano em termos de desafios motores. Os conteúdos devem obedecer uma sequência fundamentada no modelo de taxionomia do desenvolvimento motor, proposta por Gallahue (1982) e ampliada por Manoel (1994), na seguinte ordem: fase dos movimentos fetais, fase dos movimentos espontâneos e reflexos, fase de movimentos rudimentares, fase dos movimentos fundamentais, fase de combinação de movimentos fundamentais e movimentos culturalmente determinados.

Tais conteúdos, devem ser desenvolvidos segundo uma ordem de habilidades, do mais simples que são as habilidades básicas para as mais complexas, as habilidades específicas. As habilidades básicas podem ser classificadas em habilidades locomotoras (por exemplo: andar, correr, saltar, saltitar), e manipulativas (por exemplo: arremessar, chutar, rebater, receber) e de estabilização (por exemplo: girar, flexionar, realizar posições invertidas). Os movimentos específicos são mais influenciados pela cultura e estão relacionados à prática dos esportes, do jogo, da dança e, também, das atividades industriais.

ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA-INTERACIONISTA

No Brasil e, mais especificamente, no Estado de São Paulo, a proposta construtivista-interacionista vêm ganhando espaço. É apresentada principalmente nas propostas de Educação Física da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP) que tem como colaborador o Professor João Batista Freire. Seu livro "Educação de corpo inteiro", publicado em 1989, teve papel determinante na divulgação das idéias construtivistas da Educação Física. Esta abordagem tem se infiltrado no interior da escola e o seu discurso está presente nos diferentes segmentos do contexto escolar.

A proposta denominada interacionista-construtivista é apresentada como uma opção metodológica, em oposição às linhas anteriores da Educação Física na escola, especificamente à proposta mecanicista, caracterizada pela busca do desempenho máximo, de padrões de comportamento sem considerar as diferenças individuais, sem levar em conta as experiências vividas pelos alunos, com o objetivo de selecionar os mais habilidosos para competições e esporte de alto nível.

Para compreender melhor esta abordagem, baseada principalmente nos trabalhos de Jean Piaget, utilizaremos as próprias palavras da proposta: "No construtivismo, a intenção é construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo, numa relação que extrapola o simples exercício de ensinar e aprender...Conhecer é sempre uma ação que implica em esquemas de assimilação e acomodação num processo de constante reorganização" (CENP; 1990, p. 9).

A principal vantagem desta abordagem é a de que ela possibilita uma maior integração com uma proposta pedagógica ampla e integrada da Educação Física nos primeiros anos de educação formal. Porém, desconsidera a questão da especificidade da Educação Física. Nesta visão o que pode ocorrer com certa frequência, é que conteúdos que não tem relação com a prática do movimento em si poderiam ser aceitos para atingir objetivos que não consideram a especificidade do objeto, que estaria em torno do eixo corpo/movimento.

A preocupação com a aprendizagem de conhecimentos, especialmente aqueles lógico matemáticos, prepara um caminho para Educação Física como um meio para atingir o desenvolvimento cognitivo. Neste sentido, o movimento poderia ser um instrumento para facilitar a aprendizagem de conteúdos diretamente ligados ao aspecto cognitivo, como a aprendizagem da leitura, da escrita, e da matemática, etc.

A abordagem teve o mérito de levantar a questão da importância da Educação Física na escola considerar o conhecimento que a criança já possue, independentemente da situação formal de ensino, porque a criança, como ninguém, é uma especialista em brinquedo. Deve-se, deste modo, resgatar a cultura de jogos e brincadeiras dos alunos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, aqui incluídas as brincadeiras de rua, os jogos com regras, as rodas cantadas e outras atividades que compõem o universo cultural dos alunos. Na proposta construtivista o jogo enquanto conteúdo/estratégia tem papel privilegiado. É considerado o principal modo de ensinar, é um instrumento pedagógico, um meio de ensino, pois enquanto joga ou brinca a criança aprende. Sendo que este aprender deve ocorrer num ambiente lúdico e prazeiroso para a criança.

ABORDAGEM CRÍTICO-SUPERADORA

Também em oposição ao modelo mecanicista, discute-se na Educação Física, a abordagem crítica-superadora, como uma das principais tendências. Esta proposta tem representantes nas principais Universidades do país e é, também, a que apresenta um grande número de publicações na área, especialmente em periódicos especializados.

A proposta crítico-superadora utiliza o discurso da justiça social como ponto de apoio, e é baseada no marxismo e néo-marxismo, tendo recebido na Educação Física grande influência dos educadores Libaneo e Saviani. O trabalho mais marcante desta abordagem foi publicado em 1992, no livro intitulado "Metodologia do ensino da Educação Física," publicada por um coletivo de autores. Isto porém, não quer dizer que outros trabalhos importantes, como por exemplo, "Educação Física cuida do corpo ...e mente" (Medina, 1983), "Prática da Educação Física no primeiro grau: Modelo de reprodução ou perspectiva de transformação?" (Costa, 1984), "Educação Física e aprendizagem social", (Bracht,1992), não tenham sido publicados antes desta data.

Esta pedagogia levanta questões de poder, interesse, esforço e contestação. Acredita que qualquer consideração sobre a pedagogia mais apropriada deve versar, não somente sobre questões de como ensinar, mas também sobre como adquirimos estes conhecimentos, valorizando a questão da contextualização dos fatos e do resgate histórico. Esta percepção é fundamental na medida em que possibilitaria a compreensão, por parte do aluno, de que a produção da humanidade expressa uma determinada fase e que houve mudanças ao longo do tempo. inda de acordo com Coletivo de autores (1992), a pedagogia crítico-superadora tem características específicas. Ela é diagnóstica porque pretende ler os dados da realidade, interpreta-los e emitir um juízo de valor. Este juízo é dependente da perspectiva de quem julga. É judicativa porque julga os elementos da sociedade a partir de uma ética que representa os interesses de uma determinada classe social. Esta pedagogia é também considerada teleológica, pois busca uma direção, dependendo da perspectiva de classe de quem reflete.

Esta reflexão pedagógica é compreendida como sendo um projeto político-pedagógico. Político porque encaminha propostas de intervenção em determinada direção e pedagógico no sentido de que possibilita uma reflexão sobre a ação dos homens na realidade, explicitando suas determinações. Até o momento, pouco tem sido feito em termos de implementação dessas idéias na prática da Educação Física, embora haja um esforço neste sentido.

Quanto à seleção de conteúdos para as aulas de Educação Física os adeptos da abordagem propõem que se considere a relevância social dos conteúdos, sua contemporaneidade e sua adequação às características sócio-cognitivas dos alunos. Enquanto organização do currículo, ressaltam que é preciso fazer com que o aluno confronte os conhecimentos do senso comum com o conhecimento científico, para ampliar o seu acervo de conhecimento.

A Educação Física é entendida como uma disciplina que trata de um tipo de conhecimento denominado de cultura corporal que tem como temas, o jogo, a ginástica, o esporte e a capoeira.

ABORDAGEM SISTÊMICA

Uma quarta concepção de Educação Física escolar vem sendo ainda elaborada por Betti (1991, 1994). O livro "Educação Física e sociedade", publicado em 1991, levanta as primeiras considerações sobre a Educação Física dentro da abordagem sistêmica. Nos trabalhos realizados pelo autor notam-se as influências de estudos nas área da sociologia, da filosofia e, em menor grau, da psicologia.

Betti (1991) considera a teoria de sistemas, defendidas em grande medida por Bertalanffy e Koestler, como um instrumento conceitual e um modo de pensar a questão do currículo de Educação Física. Como na teoria de sistemas proposta por Bertalanffy, o autor trabalha com os conceitos de hierarquia, tendências auto-afirmativas e auto-integrativas. Betti entende a Educação Física como um sistema hierárquico aberto uma vez que os níveis superiores como, por exemplo, as Secretarias de Educação exercem algum controle sobre os sistemas inferiores como, por exemplo, a direção da escola, o corpo docente e outros. É um sistema hierárquico aberto porque sofre influências da sociedade como um todo e ao mesmo tempo a influencia.

Para a abordagem sistêmica existe a preocupação de garantir a especificidade, na medida em que considera o binômio corpo/movimento como meio e fim da Educação Física escolar. O alcançe da especificidade se dá através da finalidade da Educação Física na escola que é segundo Betti (1992) de integrar e introduzir o aluno de 1º e 2º graus no mundo da cultura física, formando o cidadão que vai usufruir, partilhar, produzir, reproduzir e transformar as formas culturais da atividade física (o jogo, o esporte, a dança, a ginástica...)" (p.285).

O autor ressalta que a função da Educação Física na escola não está restrita ao ensino de habilidades motoras, embora sua aprendizagem também deva ser entendida como um dos objetivos, e não o único, a serem perseguidos pela Educação Física Escolar. Para isto não basta aprender habilidades motoras e desenvolver capacidades físicas que, evidentemente, são necessárias em níveis satisfatórios para que o indivíduo possa usufruir dos padrões e valores que a cultura corporal/movimento oferece após séculos de civilização. Os conteúdos oferecidos na escola para integrar e introduzir o aluno na cultura corporal/movimento não diferem das demais abordagens: o jogo, o esporte, a dança e a ginástica. Diferem, todavia, da abordagem crítica, segundo a qual o essencial é o aluno conhecer a cultura corporal. enquanto Betti (1994) prefere utilizar o termo; vivências do esporte, jogo, dança, ginástica. Quando utiliza o termo vivência, o autor pretende enfatizar a importância da experimentação dos movimentos em situação prática, além do conhecimento cognitivo e da experiência afetiva advindos da prática de movimentos.

Alguns princípios derivados desta abordagem foram apresentados por Betti (1991). O mais importante é denominado princípio da não exclusão, segundo o qual nenhuma atividade pode excluir qualquer aluno das aulas da Educação Física. Este princípio tenta garantir o acesso de todos os alunos às atividades da Educação Física. O princípio da diversidade propõe que a Educação Física na escola proporcione atividades diferenciadas e não privilegie apenas um tipo, por exemplo, futebol ou basquete. Além disso, pretende que a Educação Física escolar não trabalhe apenas com um tipo de conteúdo esportivo. Garantir a diversidade como um princípio é proporcionar vivências nas atividades esportivas, atividades rítmicas e expressivas vinculadas à dança e atividades da ginástica.

Considerações finais

Na verdade, estas abordagens apresentam importantes avanços em relação a perspectiva tradicional da Educação Física escolar. Da abordagem desenvolvimentista considero importante a sua preocupação em dois níveis; na questão da garantia da especificidade da área e na valorização do conhecimento sobre as necessidades e expectativas dos alunos nas diferentes faixas etárias. Aliás, também a abordagem crítico-superadora reconhece a necessidade dos professores identificarem as características dos alunos para que haja adequação dos conteúdos (Coletivo de autores, 1992). Porém, é preciso reconhecer que a abordagem desenvolvimentista relevou os aspectos sócio-culturais que permeiam o desenvolvimento das habilidades motoras.

Quanto à abordagem construtivista é inegável o seu valor nas tranformações que temos observado na Educação Física escolar embora, principalmente no início do seu aparecimento, tenha gerado algumas dúvidas, especialmente quanto ao papel da disciplina na escola - apêndice de outras áreas. A abordagem crítico-superadora tem nos alertado sobre a importância da Educação e da Educação Física contribuirem para que as mudanças sociais possam ocorrer, diminuindo as desigualdades e injustiças sociais. Um objetivo, aliás, que os educadores devem partilhar. No entanto, em estudo recente (Darido, 1997), observando a prática pedagógica dos professores de Educação Física que cursam programas de pós-graduação, e que portanto conhecem as abordagens, percebemos que eles se ressentem de elementos para trabalharem com a abordagem crítica superadora na prática concreta. A abordagem sistêmica, por sua vez, parece ainda não ter sido amplamente discutida e divulgada quer pelos meios acadêmicos, quer pelos meios profissionais. Embora ainda esteja em fase inicial de elaboração a proposta tem o mérito de procurar esclarecer os valores e finalidades da Educação Física na escola e propor como desdobramentos, princípios que devam nortear o trabalho do professor de Educação Física; a não exclusão e a diversidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BETTI, M. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.

BETTI, M. Ensino de primeiro e segundo graus: Educação Física para quê? Revista do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, v.13, n.2, p.282-287, 1992.

BETTI, M. Valores e finalidades na Educação Física escolar: uma concepção sistëmica. Revista Brasileira de Ciëncias do Esporte, v.16, n.1, p.14-21, 1994.

BRACHT, V. Educação Física e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister, 1992.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

COSTA, V. L. F. Prática da Educação Física no primeiro grau. São Paulo: Ibrasa, 1984.

DAOLIO, J. Da Cultura do corpo. Campinas: Papirus, 1995.

DARIDO,S.C. Ação pedagógica do professor de Educação Física. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia, 1997.

FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro. Campinas: Scipione, 1989.

Le BOUCH, J. A Educação pelo movimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.

MANOEL, E. J. Desenvolvimento motor: implicações para a Educação Física escolar I. Revista Paulista de Educação Física, n.8, v.1, 82-97, 1994.

MEDINA, J. P. S. A Educação Física cuida do corpo ...e mente. Campinas: Papirus, 1983.

MOREIRA, W. W. Educação Física escolar: uma abordagem fenomenológica. Campinas: Unicamp, 1991.

SÃO PAULO (ESTADO) Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Proposta curricular para o ensino de Educação Física no 1º grau. São Paulo: CENP, 1990.

TANI, G. Perspectivas para a Educação Física escolar. Revista Paulista de Educação Física, v.5, n.1/2, p.61-69, 1991.

TANI et alli. Educação Física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU / EDUSP, 1988.

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4 Professora Dra. junto ao Departamento de Educação Física - UNESP - Rio Claro

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Secretaria do Esporte e Juventude divulga data do Congresso Técnico do XI Jogos Escolares Sobralenses

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A Secretaria do Esporte e Juventude estará realizando no período de 03 a 26 de junho a XI Edição dos Jogos Escolares Sobralenses. A competição, que envolve os estudantes da rede regular de ensino, contará com a participação de 49 escolas sendo 29 escolas municipais, 12 escolas estaduais e 09 escolas particulares envolvendo 5000 alunos atletas nas seguintes modalidades esportivas: Futebol, Futsal Basquete, Handebol, Voleibol, Vôlei de Areia, Atletismo, Natação, Karatê, Capoeira, Judô, Tênis de Mesa, Skate, Patins e Bicicross.As Escolas campeãs de cada modalidade representarão o Município na fase regional das Olimpíadas Escolares Cearenses, será realizada no mês de julho de 2011 em Sobral. O Congresso técnico acontecerá no dia 20 de maio de 2011 as 14h no auditório da Casa de Cultura.O Secretario do Esporte e Juventude, Hermenegildo convida toda comunidade Sobralense para prestigiar este tradicional evento que revela novos talentos esportivos escolares.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Projeto Esporte Adaptado da UVA tem reconhecimento pela mídia


Veja a reportagem no link http://tvverdesmares.com.br/cetv1aedicao/projeto-esporte-adaptado-em-sobral/


Iniciativa ajuda na autoestima de pessoas com deficiência
11/05/11

Conheça um projeto desenvolvido em Sobral que está ajudando na autoestima de pessoas com deficiência. Com força de vontade e superação, elas mostram que também podem têm potencial na hora das competições.

Criado há 6 meses, o projeto social Esporte Adaptado, atende a pessoas com diversos tipos de deficiência. O projeto tem hoje 25 pessoas de idades variadas. Aos 53 anos, João Batista, que sempre gostou de esportes, se descobriu campeão. O para-atleta mostra orgulhoso as medalhas já conquistadas na água.

Júnior garantiu este ano o 3º lugar numa disputa realizada em Fortaleza que reuniu os melhores para-atletas da natação. O exemplo desses campeões é seguido bem de perto pelo pequeno Antônio, 5 anos, portador de síndrome de down, que se aproximou da natação.

O projeto Esporte Adaptado em Sobral é totalmente gratuito. Interessados, no município, podem ligar para o número (88) 3677-4254.



Parabéns ao Professor Cleyton Gomes pela coordenação e aos acadêmicos que atuam no projeto.Avante!!

sábado, 14 de maio de 2011

Está chegando DIA DO DESAFIO 2011


SOBRAL X TECATE ( México)

Sobral voltada para a prática da Atividade Física
PARTICIPE!

O Dia do Desafio sempre acontece na última quarta-feira do mês de maio, por isso estamos deixando tudo pronto para esse dia que é fazer com que a população pratique uma ATIVIDADE FÍSICA durante 15 minutos. SEJA NOSSO PARCEIRO.
Inscreva sua instituição, empresa, loja, academia não fique parado, MEXA-SE.
Informações: AGITA SOBRAL - (88) 36147288
e-mail: agitasobral@gmail.com

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Dica de leitura -> "O FATOR T"


VOCÊ SABIA? Que 98% dos homens que começam a fazer musculação naturalmente NUNCA irão ter resultados significativos nos ganhos musculares? PREPARE-SE para conhecer os segredos antes nunca revelados... Você gostaria de aprender passo-a-passo os segredos que os fisiculturistas, personal-trainers famosos e atores de hollywood usam para ter ganhos extraordinários de massa muscular em muito pouco tempo? Agora VOCÊ PODE... - Ter um corpo \\\\\\\"sarado\\\\\\\" cheio de músculos - Queimar gorduras rapidamente, até mesmo enquanto não se exercita - Aumentar seu desejo e potência sexual - Melhorar sua qualidade de vida... VOCÊ SABIA QUE TODO POTENCIAL PARA GANHAR MAIS MÚSCULOS ESTÁ DENTRO DE VOCÊ??? VOCÊ PODE MAXIMIMIZAR EM ATÉ 500% SUA CONSTRUÇÃO MUSCULAR E TER GANHOS EXTRAORDINÁRIOS EM MUITO POUCO TEMPO!!! O MÉTODO REVOLUCIONÁRIO QUE IRÁ ENSINÁ-LO PASSO-A-PASSO COMO ESTIMULAR NATURALMENTE TODAS AS SUBSTÂNCIAS ANABÓLICAS (QUE DÃO FORÇA, RESISTÊNCIA E VOLUME MUSCULAR) QUE ESTÃO DENTRO DE VOCÊ! VOCÊ TEM \\\\\\\"RESERVAS\\\\\\\" GRANDES DESSES HORMÔNIOS NO SEU CORPO, E SE SOUBER COMO USÁ-LOS IRÁ TER GANHOS ESPETACULARES O que é a Testosterona? A testosterona é um hormônio produzido naturalmente pelo nosso organismo e é o principal hormônio ligado ao ganho de massa muscular e a diminuição da gordura corporal. O manual \\\\\\\"O Fator T\\\\\\\", em formato eletrônico que irá explicar: - Quais os fatores que reduzem seus hormônios anabólicos; - Hábitos de vida que podem influenciar drasticamente seus níveis de hormônios anabólicos; - Dicas de dieta contendo uma lista de alimentos benéficos e maléficos para quem quer ter ganhos de massa muscular (informações inéditas!); - Forma correta de treinamento; - Fatores psicológicos; - Explicação de suplementos e quais seus reais resultados; - Técnicas para aumentar a qualidade da sua vida sexual; - E O VALIOSO SEGREDO QUE SERÁ REVELADO: ESTÁ TÉCNICA SOZINHA PODE AUMENTAR SEUS NÍVEIS DE TESTOSTERONA EM ATÉ 1000%! RESULTADOS GARANTIDOS!!! Com o Fator T você: - IRÁ GANHAR MÚSCULOS RÍGIDOS E MAIS VOLUMOSOS - TERÁ MAIS FORÇA E RESISTÊNCIA - TERÁ MAIS VIGOR E ENERGIA - DESEJO SEXUAL E RESISTÊNCIA PARA ATIVIDADES SEXUAIS - EREÇÕES MAIS FORTES E DURADOURAS - AMBIÇÃO, CAPACIDADE DE CONCETRAÇÃO E FOCO - AUTO-CONFIANÇA E SEGURANÇA E MUITO MAIS!



PARA FAZER DOWNLOAD DO LIVRO CLICK AQUI

segunda-feira, 9 de maio de 2011

hidroginástica

A Hidroginástica melhora a sua capacidade aeróbia, a resistência cardiorespiratória, a resistência e a força muscular, a flexibilidade e o bem estar geral, além de queimar muitas calorias - em média 400 Calorias em 1 hora.
Nós todos já escutamos queixas sobre dores nas costas e articulações como joelho e tornozelo. Após algum tempo de exercícios, o nosso corpo começa a sentir os efeitos do impacto. Se o seu corpo está se ressentindo, não é preciso parar de fazer atividades e sim descobrir algumas alternativas para continuar em forma.
Exercícios aquáticos existem há muito tempo. Mesmo que você não goste de nadar ou não saiba, ainda assim, dá para praticar a hidroginástica, pois a maior profundidade que você vai ter que encarar será até os ombros. Seu rosto vai ficar borrifado, mas você não vai se afogar porque não terá que mergulhar a cabeça na água.
A hidroginástica pode ser praticada por homens, mulheres, jovens e idosos que buscam se exercitar; pessoas ocupadas e que tem pouco tempo para fazer exercícios, atletas em treinamento, gestantes, pessoas que estão se recuperando de alguma lesão, magros, gordos, pessoas com algum tipo de deficiência e aqueles que querem uma outra opção para os seus programas normais de exercícios.

Os efeitos das propriedades da água em nosso corpo são:

Temperatura
Uma das características mais óbvias da água é a sua temperatura. A faixa entre 25º C e 29º C (se a temperatura for muito baixa pode ocorrer a hipotermia - pela queda de temperatura, se for alta pode causar moleza) é confortável para a hidroginástica, mas se for usada como hidroterapia e com fins terapêuticos, a temperatura pode ser outra. A exposição à água na temperatura adequada para a hidroginástica aumenta as qualidades elásticas dos nossos músculos, ajudando a ampliar a nossa faixa de movimento, prevenindo danos aos músculos devido também ao relaxamento que a água oferece.

Pressão
A contribuição básica da pressão da água é que ela estimula a circulação e faz o aparelho respiratório trabalhar mais. Estes efeitos aumentam a sobrecarga do corpo, melhorando a resistência muscular.

Flutuação
Pessoas com excesso de peso ou com problemas específicos que dificultam o movimento em terra, descobrem que a flutuação permite que estas pessoas possam se exercitar com facilidade, pois um corpo imerso num fluído é sustentado por uma força igual ao peso do fluído deslocado pelo corpo. É por isso que você flutua na água. A flutuação também evita o impacto nas articulações.

Resistência
A água oferece uma resistência ao movimento, produzindo um efeito de sobrecarga, como se você estivesse trabalhando com pesos. Esta resistência é notada deslocando o braço com a palma da mão aberta pela água.

Massagem
Este é um benefício agradável que a hidroginástica pode oferecer através da resistência e pressão da água sobre as partes do corpo. Além do efeito suavizante sobre os músculos, a massagem oferecida pela água ajuda a aumentar a circulação periférica do sangue e evita que a pessoa fique dolorida depois.
A hidroginástica é uma atividade divertida, onde há uma grande interação durante a aula com outras pessoas onde até aqueles que são envergonhados acabam se soltando e eliminando a inibição.
Através desta atividade, você irá melhorar a sua capacidade aeróbia, a resistência cardiorespiratória, a resistência e a força muscular, a flexibilidade e o bem estar geral, além de queimar muitas calorias - em média 400 Calorias em 1 hora.
A água também serve como meio para uma grande variedade de exercícios de reabilitação, onde as atividades são adaptadas às necessidades individuais, pois as qualidades terapêuticas da água podem ajudar e muito no processo de cura. Mas é sempre importante fazer uma avaliação física antes de iniciar as atividades.

Por:
Valéria Alvin Igayara de Souza
CREF 7075/ GSP - Especialista em treinamento.